segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Uma Viagem pela Loucura.

A cidade está apagada. Está em um sono profundo.
Vento que sopra pra lá e pra cá. Um som de um piano ao fundo, uma melodia agradável, mas não da para saber ao certo de onde vem. Uma luz acesa, um mistério. A janela está longe e a cidade deserta.
É difícil ver, mas a curiosidade de saber quem está ali é grande. Quem será o homem? Penso nele todos os dias antes de dormir, junto com o mesmo som do piano que toca sempre no mesmo horário. Da para imaginar as mãos, mãos que suavisam e acalmam minhas noites com o som, um som da alma, do coração.
A noite me parece curta quando começo a prestar atenção naquele homem, que nem sei ao certo se existe, mas que me prende sonoramente. É uma ilusão, da qual me faz perder o sono todos os dias para ficar diante à janela.
Me seduza, me bota em um mundo diferente que tenha pelo menos uma luz, quero sair daqui.
Olhe para mim, estou gritando baixo para não acordar os outros que me parece nunca terem existido. Olhe na janela, estou aqui, admirando toda essa solidão que me transmite.
Olhe para a lua, ela vai nos guiar e assim nossos olhares irão se encontrar.
Estou quase dormindo e até agora o som do piano está soando alto em meus poros, e um ar doce me carregando. É estranho, sinto medo, um medo que não consigo explicar. Parece que não estou aqui. Noite fria e escura que me assusta, ninguém acorda, ninguém me olha, ninguém consegue ao menos ouvir os meus baixos gritos. Estou aqui por causa de você, ser misterioso.
Estou apagando e a música começando a ficar distante. Não pare de tocar. Venha até mim antes que eu vá embora. A noite está me levando. Não estou ouvindo mais nada. Cadê você? Minha respiração, meu coração, já não sinto mais.
Uma sombra noturna, nunca mais. Loucura. Você nunca existiu, e eu também não.

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