domingo, 21 de abril de 2013

Crônica do Tapa na Cara

Todo mundo precisa levar um tapa na cara pelo menos uma vez na vida. É uma forma de aprendizado.
Há àqueles que nunca tiveram o prazer de dar um tapa na cara daquele filho da puta que fez alguma merda, e há àqueles que já levaram. Não guarde sua vontade, não sabe o que está perdendo, a sensação é muito boa. E se já levou, relaxa, se não quebrou nenhum dente, você está no lucro, mas pense bem sobre a merda que fez.

Se você já teve aquela "amiga" que passou anos do seu lado, e só depois foi perceber que tudo não passava de uma farsa pra te ver na pior, invejando e complicando a sua vida, tapa na cara dela.
Todo mundo tem um parente invejoso, maldoso e que adora falar mal das pessoas pelas costas. Que no final do ano quer te abraçar e falar que te ama, sendo que passa o ano inteiro sem ao menos perguntar se você está bem. Só se aproxima por interesse, e se você tem um sítio, fica esperto, vai se aproximar ainda mais. Tapa na cara dos parentes!
Se as pessoas que moram com você deixam copos sujos na pia esperando que você lave, tapa na cara deles.
E aquelas pessoas que não te parabenizam por uma vitória, que não se importam, que te cortam quando você está falando, que não respondem quando você fala Bom Dia. Tapa na cara de todos eles.
Aquela pessoa que viveu momentos bons do seu lado, que foi romântico falando sobre paixão, mas que no final sumiu e não faz nem um telefonema e nem manda um sms pra saber como você está. Tapa na cara dele!
Aquelas pessoas que julgam pela aparência. Que não conversam ou te olham feio por você não ter a beleza padrão da moda. Se a Gisele Bündchen tem o nariz grande, por que você vai se preocupar com o seu? Se o Jô Soares é o gordo mais amável e rico da televisão, por que você tem que ter vergonha do seu peso? Porra, chega de hipocrisia, tapa na cara desses cretinos!

Tem gente que merece uns tapas bem dados na cara, pra pararem de serem chatos e começarem a cuidar mais das próprias vidas, respeitarem mais, serem mais humildes e honestos. 
Comece a agir, não permita que as pessoas te tratem como idiota. Mas não esqueça, depois do tapa na cara, mande para o inferno!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Um Tempo para a Afinidade, Paixão e Sacanagem.

Como num filme antigo em preto e branco, a cena acontece ruidosa, acompanhando a imagem trêmula da tela que reproduz perfeitamente a palpitação dos lábios que nada dizem. As mãos mantêm-se unidas pelas pontas dos dedos, amparadas pelo medo da separação. Os olhos embargados pelas lágrimas tentam ostentar um perfil de certeza, mesmo sabendo que dali pra frente, nada mais seria solo firme.
 
E então chega o dia que tudo parece estar de ponta cabeça. A situação inverteu. Tudo era perfeito. Uma beleza nos atos e nas palavras ditas, todas sinceras e com um ar de ansiedade.
Sabíamos que isso iria acontecer, uma hora ou outra. Já era previsto, o problema foi não ter pensado em como seria quando acontecesse. E doeu. Lágrimas de tristeza pela perda, que pode ser concreta, mas também de alegria, pelo abraço intenso e acolhedor, pela sinceridade, carinho, respeito e pela esperança que nunca morre.
Não teve erro, não teve nada ruim. E a dor é grande quando algo bom vai embora. Foi simplesmente perfeito. Perfeito no momento imperfeito. Como uma flor linda que nasce em um dia de tempestade. 
Algumas palavras não foram ditas, ainda tem muita coisa guardada para falar, para mostrar. Só queria que soubesse que meu bom dia ainda pertence à ele. Que meu corpo e minhas vontades sinalizam pensando nele. Que todo o carinho guardado aqui dentro, eu continuaria dando à ele. 
Eu queria acreditar que não era para ser assim, eu estava acreditando que não seria. Mas nossas escolhas são diárias, e é impossível fazer sempre as mesmas. Era um sonho lindo, mas que de repente amanheceu nas mãos do tempo, com uma fraqueza tão nossa. Uma dificuldade de assumir que os caminhos divergiram, e talvez, só talvez, seja melhor seguir sozinho.
Talvez o tempo não resolva nada. Pois pessoas resolvem as coisas. Precisa de coragem para seguir o rumo que precisa ser seguido.
Pode ser que tudo volte de uma forma melhor, pois os mesmos ventos que levam no outono as folhas secas e cansadas, trazem de volta na primavera os lírios e as cerejeiras, que podem ou não dar no mesmo pé de outrora, mas certamente florescerão mais lindos e renovados do que nunca.
Minha vida está aqui, vou continuar dando luz à ela, mas é na primavera que prefiro acreditar, mesmo sabendo que o silêncio responde até aquilo que não foi perguntado. 

sábado, 6 de abril de 2013

Sobre o Medo de Amar de Novo.

"Olhando assim de longe, com olhos mirando o sorriso, a leveza dos passos acompanhando as horas, a delicadeza ao esconder a franja atrás da orelha, mal se sabe da bagagem muitas vezes pesada, que nos acompanha na travessia. O amor costuma deixar rastros, pegadas, marcas duras que sobrecarregam a singela malinha reformada em vivos tons florais que levamos no entrelaçar dos dedos, ao longo da vida. A gente pega tudo aquilo que um dia doeu, machucou, feriu, negligenciou, e coloca ali, naquela mala cheia de flores radiantes, que é pra lembrar que até na dor se consegue algum perfume.
Nos bares, na balada, no cinema, no jantar com as amigas, lá está ela, nossa doce pintura floral recheada de medos, receios, lágrimas, despedidas, resquícios de chegada, beijos que selaram partidas, a nos lembrar aquilo que os grandes poetas já previam, o amor pode vir  bem de mansinho e nos dilacerar de novo.
Penso nos passarinhos que nos cortejam com a sinfonia do amanhecer mesmo ainda de janelas fechadas, pois sabem que o dia chega para todos, mesmo que a noite seja um pouco mais longa para alguns.
E como as melhores coisas da vida, surgem assim, em acasos afortunados, a mocinha da padaria retribui seu sorriso na fila do pão, o cara do elevador resolve te auxiliar com os milhões de papéis ou simplesmente aquele gato/a da rede social da sua irmã te envia uma solicitação de amizade acompanhada de um convite para o jantar de quinta feira. É o amor pedindo passagem. É o amor com uma pá, uma vassoura e uma chave pra destrancar o cadeado dessa bagagem tão friamente lacrada a cada ida e vinda.
A mão se estende acompanhada de um inquestionável sorriso no olhar, mas logo o braço recua. É que dá um medo danado se apaixonar de novo. No meio de um monte de cacos, estilhaços, mágoas, dores, aparece alguém com uma “super cola”, um sorriso lindo e diz: levanta menina! Um milhão de decisões equivocadas, atitudes impensadas e impulsos desconexos passam pela nossa cabeça e você hesita. Hesita, porque cicatriz de amor é uma das coisas mais difíceis de se carregar na bagagem. Não tem roupa, cachecol, colar ou armadura que esconda a marca eterna daquilo que não ficou. E a iminência do amor, traz também muitas vezes, o presságio de uma nova ferida.
Daí a gente olha para o lado e tem a amiga traída pelo namorado, o rolo inconsistente da mesa ao lado, o beijo sem sentimento do cara balada, todos os sms não correspondidos e pensa: não seria emocionalmente mais prudente caminhar sozinha?!
De fato seria. Mas ai tem também aquela amiga radiante com os preparativos do casamento, o pedido inusitado de namoro de dois desconhecidos no corredor da faculdade, a troca de olhares amorosos do casal de amigos no bar, e todo o medo que motivava o receio some, como num doce passo de mágica. Os pequenos requintes de delicadeza como o gorjeio de um bem-te-vi pela manhã, nos fazem lembrar a parte mais importante do amor: aquela que não dói.
É verdade o que dizem por ai: amor é coisa de gente corajosa, amor é coisa de dois. Talvez por isso seja tão absurdamente difícil criar vínculos com alguém. Não basta haver oportunidade, tem que existir troca, predisposição. Tem que existir parceria. Aquela que você troca sua bagagem pela do outro por livre arbítrio e juntos, libertam para o mundo todas as pétalas mortas, daquela flor, que um dia foi um suave buquê. Ao invés de bagagens, mãos dadas. Ao invés de peso, leveza. O amor antes um pássaro engaiolado, agora, permite-se ser livre.
Penso nos passarinhos da janela, na saudação do bem-te-vi, em primeiras, segundas e terceiras chances, penso em passarinhar.
Se o passarinho vier: dê passagem, ofereça sua bagagem e abra os caminhos. Porque amor de verdade se a gente deixar, muda a vida da gente. Passarinhe, aninhe, ame por aí…"

Danielle Daian

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Passos

Os passos estão mudando constantemente. Cada dia é uma coisa diferente, cada mês mais novidades e a cada ano novas histórias para contar, se divertir e até chorar. Caminhos a serem traçados nos esperam dia a dia, e pessoas estão por vir para trazer alegrias, experiências e boas lembranças. Nada é em vão. Tudo tem seu lado positivo e algo para se aproveitar e aprender.

Sozinho, anda-se na velocidade que se quer, e pode-se parar onde bem entender, sem dar satisfação a ninguém. Mas, e aquele carinho sincero? Aquele cafuné de domingo à tarde? Aquele passeio de mãos dadas? Aquela preocupação fraternal que criamos por alguém especial? Aquelas conversas bobas e divertidas? As gargalhadas das palhaçadas? Isso faz falta, e só estando ao lado de alguém que a gente gosta e que gosta da gente podemos ter. Claro, podemos ter tudo, mas de formas diferentes. É legal construirmos algo, ter afinidade e intimidade com alguém. A intimidade pode ser uma merda por um lado, mas é maravilhosa por outro, pois nos permite fazer, descobrir, experimentar, falar, tudo que quisermos e tivermos vontade, além das surpresas que o convívio e a criatividade pode proporcionar. Mudamos para fazer feliz, para fazer bem.

Sinais? Eles existem? Será que quando algo aparece à nossa frente é um sinal ou apenas um aviso do nosso psicológico para tomarmos cuidado ou para continuarmos? Pois o nosso inconsciente sabe muito bem o que devemos fazer, ou seja, nós sabemos, apenas não admitimos e muitas vezes tampamos nossos olhos para não enxergar.

Querer muito? Não, o que eu quero é simples. Não exijo e ninguém deve exigir.
"Se nada nos salva da morte, que pelo menos o amor nos salve da vida." O amor pelas pessoas, pelo nosso trabalho, pela música, pela arte, pela vida. O amor pelo amor.