domingo, 29 de dezembro de 2013

Contentamento Descontente.

2013 foi o ano da força. Aprendi a ser forte e a viver.

O ano começou com desapego. Mas logo, bem no início, fui surpreendida com uma paixão, um reencontro que me proporcionou momentos de prazer e felicidade. Foi intenso e gostoso e até um texto eu escrevi sobre o assunto. Aprendi a desapegar. Teve um final um pouco triste mas, superei rápido. Obrigada, Bruno. 

O ano que quase levou a minha mãe, meu exemplo, a pessoa que eu amo. Foi a coisa mais difícil que tive que enfrentar na vida. Chorava todos os dias e por um momento desisti daquele pensamento positivo que sempre ajuda. Eu não tinha ideia para onde ir, o que fazer e nem o que pensar. Eu só sabia que teria que viver sozinha, a partir dali. Várias vezes me questionei sobre a existência de Deus, pois precisa muito de ajuda, mas caí sobre o mesmo conceito. Não tem jeito, não acredito. Obrigada a todos que estiveram ao meu lado, que me acolheram em abraços amigáveis, que me enviaram mensagens fortificando a minha luta. Deu certo. Toda a energia positiva ajudou a minha mãe continuar viva. Obrigada, amigos queridos.

Minha melhor amiga se afastou de mim e meu coração doeu. Notei que é impossível caminhar sem um amigo. Eu estava feliz e precisava compartilhar aquilo com ela. Mas no final deu tudo certo, nos entendemos novamente e cá estamos, juntas à quase cinco anos. Ela me ensinou e eu a ensinei. Conselhos, risadas, lágrimas, danças, bares, homens, companheirismo, sinceridade e amizade. É uma irmã. Obrigada, Érika.

Sabia que ia conseguir um emprego bom e, que não poderia aceitar qualquer coisa apenas por dinheiro, eu ainda tinha boas condições e poderia esperar o momento certo chegar. E chegou. Um rapaz de olhos verdes com a camiseta da cerveja Duff me contratou. Além de diretor de criação, foi um grande amigo e professor. Aprendi muito com todos lá dentro, conheci pessoas maravilhosas que colocavam um sorriso em meu rosto a cada dia de trabalho. Até que um dia recebo a notícia que fui eleita a garota mais gente boa da agência. Que tremendo privilégio. Eles gostaram de mim e, fico muito feliz por isso. Todos estão em meu coração, todos! Obrigada, Martinianos.

Foi o último ano da faculdade, depois de lutar e protestar para conseguir estudar. TCC, tenso TCC. Fui chamada de arrogante e grosseira, palavrinhas que acompanharam muitos desentendimentos. Minha cabeça doía e eu quase não dormia. Não via a hora de acabar. Mas acabou. Com uma boa nota, por sinal. Valeu a pena o estresse. Obrigada, FMU.

Fechei um contrato, daqueles que te levam para outro mundo. Caralho, eu vou viver. Vou precisar seguir sozinha por um tempo, mas isso eu conto ano que vem. Obrigada, pai.

Fui assaltada por um motoqueiro que me chamou de filha da puta e levou meu cel. Cretino, comprei outro melhor. Fiz mais duas tatuagens, tirei minha carta de habilitação e passaporte. Agora, ninguém mais me segura. E em um almoço qualquer com os amigos, baixei o aplicativo Tinder, que rendeu bons momentos.
Escrevi bem mais esse ano e, entre tantos textos, fiz meu primeiro conto erótico, que fez bastante sucesso. Mais de 200 visualizações aqui no blog e vários comentários em um grupo de contos do Facebook. Fiquei feliz. Obrigada aos que curtiram.

A palavra que tinha escolhido para este ano era “Contentamento”. Acho que na maior parte do tempo não vivi isso, mas com toda certeza, terminei com ela, com essa palavra, que me serve, agora, como um par de luvas.

Das 26 metas que tinha para 2013, cumpri apenas 12, mas estou satisfeita, esse ano me fez crescer. E está terminando com sorrisos, com a inscrição de um curso na Belas Artes, com o ingresso do show do Metallica em mãos e uma passagem para Minas Gerais.

Obrigada, ano.

E faz 4 anos que espero por 2014. É o ano do meu sonho, é o ano onde muita coisa se realiza, onde tudo dá certo e alcanço minha total independência, que foi tão desejada.
E para esse ano, quero três palavras: Desapego, Aprendizagem e Liberdade.
Vamos que vamos!

Feliz Ano Novo!

“Não se consegue achar paz evitando a vida.”


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sem Pudor.

Escrevi esse conto ouvindo a música abaixo. Apertei o play umas quinhentas vezes. Então, ela também faz parte. Ouça enquanto lê. E, que fique claro que nada é real, apenas uma história.

...

Ele namorava e, eu, o olhava.
Amigo de meus amigos. 

Estávamos todos num bar, sentados, jogando conversa fora. Ela, um amor de pessoa. Sentia-me constrangida por estar olhando para o homem que a acompanhava naquela noite quente. Mas ele me intimidava. Encarava-me discretamente enquanto acariciava a perna de sua namorada e, no mesmo instante, ela massageava seus cabelos. Aquela cena já estava me deixando louca, fervia por dentro. Imaginava-me entre eles. Que calor. Não conseguia largar o copo trincado de cerveja, que descia pela minha garganta como fogo.
Depois de algumas horas, os dois se levantaram e ela se despediu. Mas para minha sorte, ele soltou um: “Já volto”. Com meu coração acelerado, sorri.
Ele voltou. Sozinho. Sentou ao meu lado. Todos conversavam. Até que senti uma de suas mãos em minha perna (estava de vestido) e, sussurrou em meu ouvido: “Sua pele é macia”. Fiquei trêmula.
Levantei, precisava ir ao banheiro, aquele homem estava me deixando louca e eu sabia que não poderia fazer nada além de admirá-lo. Ele namorava. Não poderia. 

Cheguei ao banheiro e alguém segurou o meu braço, era ele. Puxou-me diante seu corpo, me empurrou para trás com a mão em minha cintura e fechou a porta. Eu não conseguia soltar uma palavra sequer. Estava ofegante. “Estou louco pra te comer aqui mesmo”. Puxou meus cabelos, lambia e chupava meu pescoço e, sua outra mão já estava debaixo de meu vestido. Eu estava queimando por dentro, molhada e com vontade de chupá-lo. Coloquei uma perna em cima do vaso e fui com a mão em seu pau, deslizando com movimentos suaves. Colocou minha calcinha de lado e começou acariciar meu clitóris. Eu gemia. Apertou meu pescoço diante à parede, sufocando-me lentamente. Aquilo me dava prazer. 

Ato depravado e sem pudor. Era aquilo que eu queria. Beijava-me com intensidade. Pressionava-me na parede e, há essa hora já estava com seu pau dentro de mim, colocava e tirava deixando-me ainda mais quente. Fervia. Segurou minhas duas pernas e me levantou. Agarrei seu pescoço e levei sua boca em meu mamilo, duro feito pedra. “Com mais força”, eu falei. Ofegava em meu pescoço, ele ia gozar. Gozou, mas não parou. Queria me ver gozar também. Quando eu estava quase no ápice, me colocou no chão e desceu sua boca até meu clitóris e começou a chupá-lo, mordê-lo. Sua língua, quente, me deixava ainda mais molhada. Gemia. Gozei. “Que delícia. Você tem um gosto incrível”. Passou suas duas mãos em meu rosto, arrumou meu cabelo, meu vestido e me beijou. “Era isso que eu queria. E era isso que você também queria.” Abriu a porta e saiu. Estava completamente trêmula. Lavei o rosto e saí. Voltei pra mesa, envergonhada, e sentei. Todos perceberam, mas ninguém se atreveu em tocar no assunto. 

Começamos a nos despedir e, sem ao menos perguntar, afirmou que me levaria até em casa. Conversamos, tivemos tempo o suficiente para nos “conhecer” melhor. Sua mão já estava entre minhas pernas e não pensei duas vezes, abri seu zíper e o chupei enquanto dirigia. Parou o carro. Continuei. Ele gozou.

“Não vou te levar pra sua casa, vou te levar pra minha. Quero te comer de novo, de quatro.”

E foi assim que terminei a noite, de quatro, com ele. 


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O Diário de Daniela.


Uma história:

Menina frágil, que passou a infância conversando sozinha e brincando com amigos imaginários por toda a casa. Claro, também passava muito tempo brincando na rua, descalça, com seu irmão e amigos.

Julie. Esse era o nome da cachorra de seu tio. Todas as vezes que a menina chorava naquele corredor estreito e gelado, Julie ficava ao lado, com o focinho entre as patas, até parecia que chorava junto. Ela também sofria. Até que um dia Julie faleceu, e a menina passou a chorar sozinha, só que com um motivo a mais. Julie fazia falta. Ela compreendia as dores da menina e nunca a deixava sozinha.
Daniela, era o nome da menina.
Daniela adorava escrever, bobagens de fato. E era apaixonada por poemas. Vivia lendo os de sua mãe, que ficavam em um caderno pequeno de capa vermelha. Vivia com aquele caderno pra cima e pra baixo, e os melhores poemas, transcrevia para seu diário. Era algo que provocava diversos efeitos em seu coração. Aquilo a ajudava ver beleza no mundo.

Daniela presenciou muitas brigas, muitas confusões na infância. Tentava amenizar com seus gritos, mas parecia que ninguém a ouvia. Era uma criança, sensível e sonhadora, que pedia à Deus todos os dias para que tudo ficasse bem. Chorava no pé de sua mãe para não deixá-la sozinha. Tinha muito medo. Daniela era sonâmbula, e uma vez, levantou da cama, abriu a janela e gritou: "Mããããe!". Fechou a janela e voltou a dormir.

Conforme o tempo foi passando, passou a ter muito ciúmes, continuava a se sentir sozinha e era cheia de complexos. Para aliviar isso, Daniela se perdeu por um período. Pupilas dilatadas e mãos trêmulas. Aquilo preenchia o vazio. Escrevia todas as suas sensações e cada letra ocupava duas linhas do pequeno caderno de capa vermelha (Igual o de poesias de sua mãe). Período sombrio. Começou a brigar muito com sua mãe. Ninguém de sua família entendia o motivo, apenas ela. Eram brigas feias que sempre acabavam em lágrimas e em uma vontade enorme de morrer. Daniela, desde criança, sentia falta de muitas coisas, e nunca teve uma boa relação com a mãe. Ao contrário de seu pai, que sempre a defendeu. Ela era ligada à ele.

Daniela cresceu, aprendeu, sobreviveu. Hoje é uma moça feliz. Tem vários amigos, passa por momentos ótimos, é formada e trabalha com a escrita, o que sempre gostou de fazer. Não pede nada à Deus, pois desacreditou. Continua muito ligada ao pai, mas infelizmente, a relação com sua mãe continua a mesma, e raramente é chamada de "filha".

Dizia Daniela: "Você só me julga. Respeite o meu dia, eu não estou bem, estou com dor. Respeite isso, por favor." Mas sua mãe parece ter uma necessidade imensa em discutir e colocá-la para baixo. Dizia: "Você não vai conseguir se virar. Eu não estou te julgando, saiba o significado das palavras antes de falar." Daniela, ao ouvir sua mãe batendo as coisas em casa, achou melhor ir para o quarto e continuar sozinha, assim como passou a tarde inteira, para também não piorar a situação, que já estava começando a ficar chata. Mas bateu a porta. Em seguida, alguns chutes e socos na porta fizeram com que Daniela saísse de si. "Para! Para! Me deixa sozinha!", gritava. Sua mãe, sem vontade alguma de terminar aquela confusão, entrou e disse: "Me respeita, não grita, para de histeria. Se você quiser sair daqui pegue tuas coisas e vá". Sua mãe parecia não compreendê-la naquele momento, enquanto a garganta de Daniela já estava rasgando pelos seus gritos. "Me deixa em paz, me deixa sozinha".

Mesmo sangue e duas pessoas completamente diferentes. Qualquer besteira é motivo de discussão.
Enquanto Daniela chorava no quarto, o telefone de sua mãe toca, "Oi filho...", com uma voz serena e acolhedora.

Começou a chover, mas Daniela preferiu não fechar a janela e deixar a chuva entrar. Até que começou a ouvir uma briga na casa ao lado, de duas mulheres: "Cala a boca, não grita." Será que isso nunca vai me deixar em paz? Pensou. Hoje em dia, Daniela tem pavor a brigas.
Faltam apenas 6 meses para Daniela sair daquela casa. Vai doer, ela sabe, mas vai ser melhor.


É difícil para uma pessoa escrever algo tão delicado, algo que há anos a incomoda, a entristece e que a coloca no chão, com os olhos cheio d'água. Mas há uma necessidade tão grande de gritar para o mundo, de ser ouvida e que por mais difícil que seja, essa pessoa acaba escrevendo. Talvez falhe e seja até um erro, mas, a necessidade é tanta que até o português sai errado. Eu, Fernanda, abri o diário de Daniela e, faço o possível para compreendê-la, por mais difícil que seja.

Ah, Daniela também era o nome de sua amiga imaginária. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Não.

Eu digo não,
mas meu coração, não.
Minha mente, sim,
E meu corpo, não.
 
Estou perdida sobre o calor de minhas mãos.
O medo é maior que qualquer outra situação.
É preciso tomar uma decisão,
Ou não.

A melodia fica suave naquele refrão.
Parece mais um perfume do que uma canção,
Deixando rastros pelo chão.
Perfeição.

Para ser feliz, não podemos ter tanta razão.
Deixa fluir, pois quero seguir sem preocupação.
O sossego é o meu capitão,
e está segurando a minha mão.